segunda-feira, 29 de junho de 2009

Um homem do povo.

Ele nunca se fez de mártir ou coitado. Ao contrário, tinha cara de um cão revoltado. Também não falava manso, parecia sempre puto. Por isso era amado por todo mundo. Prometia transformar o mundo. Todos deveriam ser iguais. Falava de igual para igual. Até rasgava a gramática para ser chamado de homem igual a nós. A gente miúda e os cegos seguidores o transformaram em mito. Mas não era nada disso. O homem era um canalha. Usava a ignorância alheia para subir na vida e fazer seu pé de meia. Em seu mundo distorcido, os amigos não tinham máculas, embora fossem todos bandidos, mas eram tratados como homens de bem. A final, uns eram mais iguais que outros. Um dia este bem afortunado, deu um golpe de mestre e se tornou presidenta da republiqueta.

28.06.09