Ele era solitário e sentia um vazio. Ao seu chamado, ela veio imediatamente. Era meio da noite. Seu vestido provocante o fez lembrar da mãe. Ela desnudou-se lentamente à sua frente enquanto ele olhava tentando excitar-se. Sua roupa, também, foi logo posta de lado. Em seguida, ela fez o que tinha de ser feito. Entregou-se sem resistência ou desejo. Apenas o fez. Deixou que seu corpo flácido a cobrisse. Quando ela imaginava que já tinha terminado, ele começava tudo de novo e de novo, autômato, pela silenciosa e triste noite adentro. Ao fundo, Sarah Vaughan cantava Gershwin baixinho. Ele teve o seu momento de felicidade efêmera embora ilusória. Ao final, ela se recompôs e foi-se, não sem antes receber pelo serviço. Despediu-se dele deixando-o novamente no vazio da solidão de seu apartamento.
27.02.09
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