segunda-feira, 27 de julho de 2009

Saudades

Semana sim, semana não ela abria o armário e tirava de dentro roupa por roupa e as pendurava ao sol no varal. As que estavam amarelando, tinham destino certo no tanque, para serem lavadas à mão com todo cuidado. Ela usava o amaciante com a fragrância que ele mais gostava. Depois de enxutas, eram engomadas e, em seguida, voltavam ao armário para se juntarem às que ficaram ao sol. Vez por outra, um botão que caia era costurado de volta ou um pequeno reparo se fazia necessário. Aquelas roupas estavam ficando muito velhas como ela própria. Ela repetia ano após ano aquele pequeno ritual, como um tributo ao seu falecido e estimado marido.

26.07.09

3 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. Achei bem singelo e suave este texto, nada parecido com a saudade que esta senhora devia sentir de seu amado. Adorei o texto.

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