sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Coisa de criança.

Era sempre a mesma estória. Depois da porrada oral, ignorava-o semanas. Ela apreciava um bate-boca. Nutriam-se disso. Funcionava assim, ele telefonava, ela não atendia. Birra. Coisa de criança. Dava certo. Ele sempre acabava rastejando. Ela se sentia orgulhosa. Poderosa. Fazia o mesmo com o 'papai sabe tudo' desde menina. Aprendera manipulá-lo antes de experimentar em seus homens. Faziam as pazes, rolava muito pé de cama. A mesa e o chuveiro também serviam. Era a vez de ele ir à forra, era o prazer dela a submissão. Com o pai não rolava nada daquilo. Uma pena, era pecado. Pai e filha eram tão iguais que brigavam como se amavam. Na adolescência, fugia de casa. Continuou fugindo adulta, mesmo que a porta sempre estivesse aberta. Era sempre a mesma menininha, recusara-se a crescer. Falava como menininha. Tinha jeitinho de menininha, dentro de um mulherão. Um dia teve um puta de um susto. Com ele brincara de papai e filhinha malcriada depois do bate-boca. No final, ganhou uma bonequinha. Mas teve de esperar nove meses para tira-la da caixa.

26.01.09

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